A Endocrinologia Pediátrica atua no diagnóstico e tratamento de disfunções hormonais que se instalam desde o período neonatal até o final da adolescência (20 anos). São alterações que influenciam no crescimento, no desenvolvimento e no metabolismo da criança / adolescente.
Anormalidades
No período neonatal, as anormalidades mais frequentemente acompanhadas são as da diferenciação genital; hipoglicemias; hipotireoidismo congênito e hiperplasia adrenal congênita. Nas crianças menores, predominam os quadros de crescimento deficiente, os hipotireoidismos adquiridos, diabetes mellitus tipo 1 e os sinais puberais de apresentação precoce.
Durante a adolescência, as queixas mais frequentes estão relacionadas à falta de desenvolvimento puberal e genital, disfunções tireoideanas autoimunes, diabetes mellitus tipos 1 e 2, obesidade, etc.
Crescimento Normal
O crescimento de crianças e adolescentes deve ser vigiado desde o nascimento até a obtenção da estatura final. Os sinais de alerta para um crescimento inadequado são: percentis ou canais de crescimento abaixo do padrão populacional ou inferior ao esperado para o padrão genético da família, desaceleração do crescimento com relação à velocidade esperada para a idade, sexo e grau de desenvolvimento, previsão de estatura final abaixo da estatura alvo familiar.
Puberdade Precoce
O início da puberdade deve ocorrer entre 8 e 13 anos, nas meninas, e no período que vai dos 9 aos 14 anos, nos meninos. Ao sair deste padrão, é preciso definir a necessidade de investigação laboratorial ou eventual tratamento.
Teste do Pezinho
A triagem neonatal – ou o Teste do Pezinho – deve ser realizada no momento da alta do berçário, já entre 48 e 72 horas de vida. Isso garantirá a detecção e tratamento do hipotireoidismo congênito entre 10-15 dias de vida, idade esta já estabelecida como precoce o suficiente para prevenir as alterações cerebrais.
Obesidade e Diabetes
Embora não seja uma regra sem exceções, grande parte das crianças e adolescentes obesos também terão obesidade na idade adulta. Especial atenção deve ser dada aos pacientes com história familiar de obesidade, diabetes mellitus, hipertensão arterial e dislipidemias, já que a obesidade na infância já pode ser uma primeira manifestação clínica da resistência à insulina.
Na vida moderna já se observa, como fenômeno mundial, o aumento de casos de diabetes tipo 2 (que normalmente é desencadeado na idade adulta) em crianças e adolescentes. O controle do desenvolvimento da obesidade é de extrema importância preventiva.